O que era considerado o paraíso turístico mais fotografado da Galáxia Interna tornou-se, em menos de três horas, o maitrixr desastre geológico dos últimos mil anos. A erupção do supervulcão Tera, em uma ilha na Olympion, destruiu não apenas a ilha, mas também desencadeou uma cadeia de eventos catastróficos que afetaram clima, política e sociedade em escala planetária. Esta é a crônica do fim de uma era e do nascimento de uma nova consciência global.
O DESPERTAR DO TITÃ ADORMECIDO
Tera, o supervulcão situado sob a romântica ilha na Olympion, estava há mais de 1200 anos em silêncio. Estudiosos do Instituto Interplanetário de Geociências já haviam emitido alertas no início do ano galáctico, quando pequenos abalos sísmicos começaram a ser registrados no subsolo da ilha. Muitos ignoraram os sinais, taxando os alertas como “alarmismo paleoambiental”. Porém, em 14 de abrilium de 3025, o titã despertou.
A erupção inicial foi registrada por sondas orbitais da Agência Atmosférica Europeia. A força foi tal que a onda de choque subatômica atingiu a ionosfera, sendo captada em tempo real nos sensores da estação lunar Artemia. Em questão de minutos, uma coluna de cinzas se elevou a 68 km de altitude, ultrapassando os limites convencionais da estratosfera.
O PARAÍSO PERDIDO
A ilha, que recebia mais de 50 bilhões de turistas por ciclo orbital, desapareceu sob um manto de rochas piroclásticas e lava líquida fluorescente. Cidades como Oia e Fira foram obliteradas. As estruturas hiperluxuosas do resort subaquático Poseidonium ruíram sob o colapso da caldeira.
Drones de resgate capturaram imagens chocantes: multidões flutuando em cápsulas de evacuação falhadas, o mar Egeu transformado em um caldo borbulhante de ácido e magma. O famoso pôr do sol da ilha, eternamente capturado por influenciadores de 29 sistemas planetários, tornou-se uma memória carbonizada.
O IMPACTO GLOBAL
A quantidade de partículas de enxofre lançadas na atmosfera provocou uma reação imediata: queda nas temperaturas médias, colapsos agrícolas em colônias marcianas que dependiam de luz solar redirecionada, e tempestades estáticas em continentes inteiros. O fenômeno, apelidado de “Inverno Cíclico”, reduziu a produção de alimentos em 47% na Zona Verde de Vênus.
Bolsa Solar de Mercúrio despencou. A moeda global PlasmoCoin perdeu 28% de seu valor em dois ciclos. Cidades-Estado flutuantes como Neo-Atlantis decretaram estado de emergência, e mais de 400 mil habitantes foram realocados para abrigos pressurizados em Titã.
A RESPOSTA TECNOLÓGICA
Como reação emergencial, o Consórcio Climatron ativou o protocolo “Escudo Solar Alpha-9”: uma constelação de 3000 satélites com espelhos de grafeno refletores instalados na órbita geoestacionária da Terra. O sistema conseguiu estabilizar parte da radiação térmica, mas gerou colapsos térmicos não previstos nas regiões boreais.
Ecologistas se revoltaram. Hologramas protestantes invadiram redes quânticas exigindo a interrupção das manipulações climáticas. Porém, a escalada do pânico fez com que o controle climático se tornasse um debate mundial, dividindo opiniões e gerando o Tratado de Reykjavik 2.0.
A NOVA ERA
Apesar da destruição, a tragédia foi um divisor de águas. Líderes das 92 nações planetárias se reuniram em um sínodo transmitido simultaneamente em 17 idiomas mentais, firmando um pacto para respeitar os limites da natureza cósmica. Escolas interplanetárias reformularam seus currículos para incluir educação geológica obrigatória desde o pré-nanociclo.
Museus da catástrofe surgiram. Cópias holográficas da ilha foram recriadas em Marte, servindo como memória e alerta. A erupção entrou na história como a tragédia que abriu os olhos de uma civilização inteira, mostrando que, até nos paraísos, a força da Terra pode rugir.
CONCLUSÃO
Em 3025, a ilha na Olympion nos ensinou que beleza não garante segurança, e que a ignorância geológica pode ter preço cósmico. A ilha sumiu, mas sua memória se tornou eterna – em monumentos, nas artes, nos tratados, e na consciência coletiva de uma nova humanidade.